Crônica: “O algo a mais do direito”
O telefone vibrava na mesa. A mensagem trazia uma resposta esperada, mas não menos angustiante: “Desculpe, mas você não foi selecionado para a vaga”. Mariana respirou fundo e deixou o celular de lado, com a sensação de que o peso da saturação do mercado de trabalho havia se materializado em sua sala.
Formada há um ano em Direito, ouvia desde os primeiros períodos da faculdade que o mercado estava abarrotado, sem espaço para novos profissionais. Mesmo assim, carregava no peito a esperança de encontrar um caminho. Porém, naquele dia, a insegurança parecia maior que a fé.
“São tantas faculdades de Direito”, pensava, enquanto navegava por redes sociais repletas de recém-formados como ela, cada um com um perfil impecável e histórias de sucesso que mais pareciam sonhos inalcançáveis. Mariana se perguntava: “Será que escolhi o curso errado? E se não houver lugar para mim?”.
As noites eram povoadas por angústias. O que fazer quando dizem que não há espaço? Como se destacar em um mercado que parece esmagador? Mariana revivia as vozes que ouviu durante a graduação — amigos dizendo que Direito era escolha de quem não sabia o que queria, parentes advertindo sobre o excesso de advogados no país, professores alertando para a necessidade de algo a mais.
E foi exatamente essa última frase que a fez pensar diferente. Algo a mais. Ela começou a refletir sobre como lidava com os próprios medos. Até então, o foco estava sempre no que faltava: a falta de vagas, a falta de oportunidades, a falta de confiança. Mas, e se o problema não fosse o mercado? E se fosse a maneira como ela enxergava as próprias possibilidades?
Mariana decidiu transformar o medo em motivação. Começou a estudar com mais afinco, procurando especializações que conversassem com seus interesses. Descobriu que, embora existam muitos advogados, poucos se destacam por se aprofundarem em nichos específicos, como Direito Digital, Compliance ou Direitos Humanos. Inscreveu-se em uma pós-graduação e percebeu que a especialização não era apenas sobre preencher o currículo, mas sobre encontrar algo que ressoasse com sua paixão.
Ao longo do tempo, Mariana viu que a concorrência era real, mas não era o inimigo. O verdadeiro desafio estava em não se acomodar, em não cair na armadilha de acreditar que o diploma sozinho seria suficiente. Ela entendeu que, na maioria das vezes, o medo vem do desconhecido — e quanto mais conhecimento ela adquiria, menos espaço havia para o medo.
Hoje, Mariana não está no topo de uma montanha, mas caminha firme em direção a ela. Ela aprendeu que o mercado é grande o suficiente para quem está disposto a inovar, a estudar e a se reinventar. O que antes parecia um labirinto sem saída tornou-se um vasto campo com possibilidades infinitas.
Ao final de sua jornada até aqui, ela reflete: “O mercado pode até ser saturado, mas nunca será para quem sabe se destacar. A concorrência só assusta quando esquecemos que temos algo único para oferecer”.
E assim, Mariana percebeu que o medo não desaparece — ele se transforma em impulso. Que sirva de lição para todos nós. No Direito, como na vida, o diferencial não está no título, mas na coragem de buscarmos o algo a mais.
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